quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Artigo da Semana

Tiuzinha, a cachorrinha ciumenta




Quando a secretária chega para abrir a secretaria, Tiuzinha já está lá faz tempo. Deitada no chão observando o movimento dos carros e das pessoas. Quando a secretária abre o portão, Tiuzinha corre para cima dela e, com uma alegria exagerada a recebe. Pula nela deixando sua roupa toda marcada com a sujeira das suas patas. Tiuzinha tem uma verdadeira paixão pela secretária, também não é para menos, ela não esquece a atenção que um dia recebeu quando chegou lá faminta com aquele olhar triste de quem pede socorro. Recebeu comida, água e carinho e, como sabemos os cães são fiéis aqueles que os tratam bem. Eles é que passam a ser os donos dos seus donos. Ela fica o tempo todo de espreita, deita dentro da secretaria e fica acompanhando tudo. Qualquer barulhinho lá fora ela sai correndo para ver o que é. Todos já estão acostumados com ela, agora, ela já se tornou a mascote da igreja. As pessoas entram e são acolhidas pela cachorrinha. Ela cheira os pés das velhinhas e brinca com as crianças, olha feio para aqueles que ela não conhece.



Tiuzinha hoje é amada pela comunidade. Não tem dono, mas é de todos. Ali mesmo ela recebe casa, carinho e comida. É apenas uma pequena vira-lata, mas , ainda assim, faz pose de que tem pedigree. Anda dentro da igreja com a imponência de quem manda no pedaço. Entretanto, a cachorrinha fiel sofre de um problema que também atinge muitos humanos: o ciúme. Ela não suporta a presença de outro cão na igreja. Ao avistar outro animal cruzando a porta ou caminhando pelo corredor central, dá um salto, range os dentes e sai atrás do intruso, expulsando-o para bem longe.



Tiuzinha, com o seu comportamento, leva-nos a pensar na nossa vida comunitária. Muitos católicos são como ela: dedicados, amorosos e acolhedores. São os primeiros a chegar à igreja e os últimos a sair. Visitam os doentes e pagam o dízimo. Alegram o coração de Deus. Mas, como Tiuzinha sentem-se donos da comunidade. Se alguém se aproxima e os ameaça, "rangem os dentes" e "correm atrás das pessoas", expulsando-as para bem longe. Jesus deve ter grande carinho por Tiuzinha, criatura que nasceu das mãos do Pai. Porém, não quer que imitemos seu ciúme e sua ira. Deseja que vivamos como os primeiros cristãos: “num só coração e numa só alma”. Espera que testemunhemos sua ressurreição, vendo multiplicar a graça de Deus. Quer que sejamos servos uns dos outros e não donos da igreja.



Tiuzinha, não vai mudar, a sua natureza é assim. Onde ela estiver manifestará o mesmo comportamento, vai defender com unhas e dentes o seu território. Enquanto ela estiver ali na igreja, ficará deitada ao redor da secretaria na certeza que está protegendo as pessoas que ama, correrá atrás de outros cães. Nós, contudo, podemos melhorar sempre, pois fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Somos seus filhos. Temos graça, inteligência e vontade, podemos progredir e crescer como pessoas e como comunidade.



Pe Hermano José Pereira Opraem



Obs: Este artigo é apenas uma adaptação do artigo do Pe Agnaldo José

Um comentário:

Anônimo disse...

Temos que nos cuidar para não nos tornar TIUZINHAS. O sentimento de pertença que criamos nos grupos em que participamos, devem expressar nossa prontidão em favor do grupo e não o contrário. O limite entre a posse (poderio) e a pertença, para alguns é quase imperceptível.

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